sábado, 7 de julho de 2018

07/11/2017

Cinco meses.

Como pode o céu pintar
Tantos quadros do mesmo rio?
Este que estou agora a olhar
E que o olhar ontem não viu?

Como pode o céu pintar
Aqui, da minha janela,
Não sei já se rio, se mar,
Porque estava a pensar nela...?

E tudo se me parece distinto
De tanto nela pensar.
Visse eu o que sinto
E o Tejo, daqui, parecia mar!

E vou olhá-la, depois de tantas vezes,
Com este olhar, do Tejo à beira,
Passados cinco meses,
Como se amanhã fosse a primeira.

J.R.

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