segunda-feira, 15 de julho de 2013

Falta-me tudo menos a falta de sentir falta.
Faltam-me as formas, mas não a saudade.
Falta, de todas a mais alta,
Não ter falta de outra idade.

Em que idade a falta não me faltava?
Talvez a primeira.
Tempos que eu passava
E me achava brincadeira.

E mesmo sem falta de passado,
Cedo se acha falta de um futuro.
Talvez me tenha faltado
Não faltar o ser maduro.

Mas mesmo maduro, na velhice,
Sinto a falta de sentir falta.
Sinto a falta da parvoíce
De achar que a falta não faz falta.

João Rio

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