quarta-feira, 17 de abril de 2013
São lágrimas de sal
Que eu choro no meu Fado
Por ter olhado, Portugal,
Para trás, o seu passado.
Para trás eu olhei,
Tal como o meu país,
E o Fado encontrei
Quando queria ser feliz.
Mas Deus assim não quis,
Que olhasse o que deixei.
Estátua de sal, eu fiz,
Este Fado que chorei.
E são lágrimas de sal
Que eu choro no meu Fado
Por ter olhado, Portugal,
Para trás, o seu passado.
Choro a triste alegria
Da Lisboa já passada,
Que vê o romper do dia
Numa nova madrugada.
Madrugada nublada,
Enevoada, de sol escondido,
Dá-me a Lisboa passada,
Lisboa antes de ter chovido.
Mas a chuva, de chorar,
Enche o rio do mesmo sal
Para as ninfas, com o cantar,
Me ensinarem cantar Portugal.
Mas a chuva, de chorar,
Enche o rio do mesmo sal
Para as ninfas, com o cantar,
Me ensinarem cantar Portugal.
Pois eu, de sal feito,
Com a chuva que se chora,
Mergulho no teu leito,
Rio da minha hora.
E são lágrimas de sal
Que eu choro no meu Fado
Por ter olhado, Portugal,
Para trás, o seu passado.
Mas a chuva, de chorar,
Enche o rio do mesmo sal
Para as ninfas, com o cantar,
Me ensinarem cantar Portugal!
João Rio
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)

Sem comentários:
Enviar um comentário